Dhe'mó'ther

– Não poderia medir o quão está enganada sobre suas palavras – Pronunciou a morena. – És minha escudeira, foi escolhida como tal por ser especial, se não quisesse você ao meu lado, não acha que teria lhe dito há muito tempo atrás? –.

A Imperatriz agora sorria, sorria como faria a algum tempo atrás, mesmo assim aparentava por trás daquela expressão feliz e momentânea certo desconforto.

A albina sorriu, apenas lembrando o quanto tudo já foi divertido.

- Em que tudo se transformou...?

Caminharam até o oasis, a albina respirou fundo ao sentar na beira de um riacho e molhar seu rosto, começando a arrumar sua bolsa

- Majestade... Eu lamento muito pedir isso... Mas preciso que procure algumas ervas que garantirão que nossa comida dure... - Ela estende a mão em direção a morena, com um papel com plantas desenhadas - Elas tem esses formatos... Tem como procurar...? Precisamos garantir o mais importante...

A morena deixou de replicar a pergunta de Akane, nem a mesma conseguiria ter uma resposta boa para aquele momento, uma vez que muitas coisas passavam-lhe pela cabeça, e os sentimentos mais frívolos pareciam a afetar, tanto remorso, como a ira.


“Lembro-me de que uma vez me disseram que a tirania nem sempre era algo terrível do que quanto
aparentava ser, talvez eu estivesse enganada ao condenar este método de governar”.


Logo foi procurar o que a albina havia pedido, voltando depois de um grande período de tempo, o suficiente para anoitecer no lugar.

– Akane – Chamou a mulher que parecia um tanto concentrada cuidando de uma fogueira, jogando uma pequena sacola para mesma. – Aqui está o que você pediu, peço perdão por meu atraso, mas não resisti em analisar melhor o ambiente qual nós estamos – .

A albina olhou a morena que tinha em seu rosto e provavelmente seu coração inteiro, marcado pelo que fizeram

- Majestade... Eu fui tão... - A albina morde o lábio - Mas não chorarei pelo leite derramado...

E com isso a albina começou a fazer seu material

– Apenas não desperdice lágrimas pelo que não é necessário –  Proferiu a mulher, sentando-se próxima a fogueira, encarando com total aborrecimento o céu nublado. – Droga, não ira demorar muito para começar a chover –  Bufou.

Ficará assim por muito tempo, calada e absorta, até se despontar algo em sua mente.


“Provarei o valor de minha lâmina”. Refletia angustiada, jogando o corpo para trás afim de se deitar, mas logo  voltou a posição inicial, se levantando em um movimento brusco. “Não, minha espada deve se encher de vergonha devido as atitudes que venho tomando,  assim, para mim basta desta desesperança fútil, provarei o meu valor como cruzado!”.


– Heh – Riu em meio a um sorriso torto, fechando suas mãos. – Chega de ficar apenas parada, reclamando tal como uma condenada... Lutar pelo que eu almejo é o que importa, tenho sido muito mimada estes anos, e acabei esquecendo-me do espirito de lutar, a sensação gloriosa de uma batalha honrada, o soar das lâminas ao se tocarem em uma dança quase ensaiada –Comentou, enquanto prendia seu cabelo em um rabo de cavalo desajeitado.  

...

– Akane! Basta! Levanta-te! Agora tomaremos um rumo para nos libertarmos deste inferno de areia –  Sorriu-se novamente, colocando suas manoplas negras.

A albina ainda com sua enxaqueca se levantou

- Precisamos procurar alguns animais ainda...

Ela olha pro céu, e suspira

- Coma algo por favor... Irá passar mal... Querendo ou não... Aqui é quente e seco, precisa se hidratar e estar com os nutrientes em dia

Separo apenas o necessário de comida. Pego minhas armas, todas que tenho, e reforço suas runas

– Akane, por favor, não me mime – Falou com certo tom de seriedade. – Eu não possuía estas regalias quando era mais nova, e não devo possui-las agora –.

A mesma deu um passo à frente.

– Se ficarmos paradas aqui, desfrutando deste oásis não conseguiremos sair deste lugar, tome água, e começaremos a andar– Completou. – E o tempo está contra nós, qualquer momento a chuva poderá se tornar um complicador –.

- Elas devem estar por aqui - Disse olhando a minha volta, procurando a aura das mulheres que procurava.

Caminho um pouco por aquele deserto, até sentir finalmente a aura de Carell. Em passos longos e rápidos, vejo as duas mulheres juntas e me aproximo delas.

- Ora ora - Digo chamando a atenção delas - Parece que a abandonaram Lady Carell - Digo a encarando e logo depois encarando a garota que lhe acompanhava e Srta Akane se não me engano.

- Fico um pouco triste que não aceite apenas por isso... Apenas... Não quero que fique presa no passado.

A albina suspira e junta suas coisas, guardando com o máximo de cuidado e se levanta com a mochila nas costas, batendo a areia.

- Podemos ir.

A albina logo nota quem as chamava

A mesma solta um suspiro irritado ao ouvir tais palavras.

– Não só é o que aparenta, mas sim o que de fato aconteceu – A mulher lançava um olhar impetuoso para o rapaz que ali se encontrava. – De toda forma, imagino que tenhas um motivo no minimo interessante para ter vindo ao nosso encontro no meio deste inferno de areia, por tal gostaria que o dissesse brevemente, sem fazer com que eu tenha a "necessidade involuntária" de desembainhar minha espada –.

- Bom, eu iria tentar ser amigável e conversar um pouco, mas já que quer que eu vá direto ao ponto... - Falo rindo - Vocês estão abandonadas nessa ilha que esta separada do continente e não a nenhum transporte para fora da ilha, por isso venho até vocês para lhe oferecer uma proposta - Digo encarando-as - Eu retiro vocês da ilha e vocês se juntam a meu grupo nesse novo continente, o que acham ?

A mesma se quer parou para cruzar seus braços.

– Tsc. Acho que a cortesia não se trata de uma grande necessidade no momento – Falou a morena, mantendo a voz no mesmo tom, sério e ligeiramente inflexível. Sabia que naquele momento a decisão seria mais sua do que de sua escudeira. – Aceitamos sair deste lugar desagradável –.

Olhou para a albina brevemente, como se esperasse as palavras da mesma.

- Então... uma carona de volta para um inferno pior que esse...

A albina falou com palavras que nem pareciam ser as suas com um certo desconforto.

- Que seja - Disse sorrindo e fazendo minha sombra envolve-las, logo levando a todos nós para meu navio.

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Continuo andando pela ilha, de onde não tinha saído por falta de recursos suficientes, tais como mapa ou contato.
-Milyan, estou cansada de andar por aqui. Estamos sobrevivendo de frutas tropicais, tenho saudades da época em que comia um bolo gostoso.
Entro na caverna onde Milyan estava, tiro minha capa, desenho uma runa de fogo no chão e então escavo um pouco do teto da caverna, afim de criar uma haste presa às paredes da caverna para secar meu casaco.

-Não temos um mapa para navegar, muito menos informações.
Digo terminando de cortar os gravetos e colocando alguns no fogo para queimar e manter a mim e a Magnolia aquecidos.

-AH! Agora não tem mais jeito, Milyan. Eu odeio esse lugar, não tem nenhum traço de civilização biológica por aqui, só essas máquinas das quais temos que nos esconder! Eu quero voltar para o nosso continente ou ir à outro lugar.
Grito escandalosamente, assustando alguns pássaros que saem voando.

-A é? Como você quer que eu chegue em algum lugar sem sequer ter um mapa, uma única informação sequer ou alguma pista? Isso é impossível.
Discuto com Magnolia.

-E por que não sair voando? Você já fez isso múltiplas vezes! O que aconteceu? Perdeu essa capacidade?
Continuo a discutir com Milyan, quase perdendo a paciência.

Agarro o meu colar, que me dava constante energia.
-Está bem, vou sair dessa ilha, mas saiba que podemos ficar dias sem comer.
Abro minhas asas, que no momento davam um par de asas grandes e outro par de asas pequenas.
-Acho que se eu me tornasse arcanjo logo, poderia andar mais rápido, já faz muito tempo desde que fomos abandonados aqui.

-Pois então vamos logo, pode haver outras ilhas, pararemos por lá.
Guardo bastante frutas nativas da ilha em minha capa e embrulho-na, então amarro em minha cintura e deixo Milyan me agarrar para finalmente voarmos até outro local.

Seguro Magnolia, depois começo a voar daquele lugar.
-Vamos partir para Eterna, vou voar na direção em que o navio andava.