O Quarto da Imperatriz

Trata-se de cômodo sofisticado a sua maneira, principiando-se por suas paredes brancas trabalhadas em detalhes dourados, que ao encontro com o teto possuem a divisão com uma formosa sanca de gesso, existem lá também arcos delicadamente trabalhados e distribuídos simetricamente pelo ambiente, quais ao lado direito separam as grandes janelas cobertas por extensas cortinas de veludo vermelho, o chão é composto por grandes placas de losangos em um mármore branco coberto por alguns tapetes de arraiolos com desenhos semelhantes a flores rusticas, todos bem dispostos no ambiente, por debaixo de um divã espalhafatoso que não parecia fazer conjunto com qualquer móvel daquele lugar e algumas cadeiras que pareciam irrelevantes; Mesmo o pé direito alto não deixava de destacar o primoroso lustre prata que lá existe, por fim a cama fica de frente para as janelas e se encontrava contra a parede, coberta por um dossel retangular de tecido vermelho, com pequenos criados mudos ao seu lado, o que mais se destacava era um dos cantos do quarto, parecendo ser o mais escuro e distante, lá era onde havia uma estante embutida repleta de livros e pergaminhos, e uma escrivaninha de aparência antiga, ao mesmo tempo em que manequins utilizando pesadas armaduras pareciam subjugar aquele que ficasse próximo de si, um contraste que acabava sendo interessante.

Carell abriu os olhos em uma vagarosidade desmedida, como aquela de quem não gostaria de se levantar, aos poucos acostumando a visão com a pouca luz que a lamparina proporcionava, soltou um breve suspiro e sentou-se em sua cama. Havia repousado a tarde por completa, então o incomodo de levantar-se passaria em breve.


– Céus, melhor me levantar de uma vez por todas! – Objetou solitariamente, roçando as costas de suas mãos sobre os olhos, e logo, ficando em pé em um impulso. – Oh, sim, vamos tomar algum um rumo para este final de dia –.