O hall príncipal (Salão principal)

Ao passar pela porta do castelo, toda aquela sensação fria e medonha passa e você se vê num ambiente incrívelmente confortável.
Um salão enorme com várias portas e um longo tapete vermelho à sua frente, com várias lanças bordadas em dourado apontando para o trono que situa-se no fim desse longo salão, guardado por inúmeros guardas e soldados. O Salão leva pra diferentes lugares do castelo.

Ajoelhado aos pés do trono, sustentava um sorriso irônico em meu rosto, escondido pelo meu capacete, de longos chifres.

Após alguns segundos, levanto-me, e, encarando o homem que se sentava em seu trono, bato com a mão esquerda em meu peito, saudando-o.

- Boa noite, senhor. - Curvo-me novamente, com a minha mão apoiada em meu diafragma, e, ao relaxar novamente, jogo o peso para minha perna esquerda, ficando em uma posição mais ''casual''.

Meu rosto ainda sustentava o sorriso, que foi lentamente sendo exposto à partir do momento em que eu tiro meu capacete, libertando meus cabelos rubros.

- Devo lhe dizer que estamos precisando caçar. -

- Hmmm?


- "Estamos?" - Perguntou, cínicamente.

Meu sorriso se abre, deixando minhas presas à mostra.

Apoio meu capacete em minha cintura, e, com a outra mão, jogo meu cabelo para trás.
Ignorando sua pergunta retórica, mudo o peso do corpo para o outro lado, agora sustentando-me com a perna direita.

- Aonde, dessa vez? - Questiono.

- Não sei, não sei... Talvez devêssemos ir para o... Nordeste? - Disse ele, num tom de indiferença. - Não estou ligando muito, não vou precisar de sangue tão cedo... Além do mais, eu posso me alimentar de quem quiser por aqui. - Explicou, esticando-se em seu trono.

A luz das velas do salão batiam em meu rosto, iluminando só a parte inferior do mesmo enquanto o resto ficava em escuridão.
  Meu sorriso some, e eu, suspiro, fazendo com que pequenas faíscas saíam de minha boca e se percam no ar.

- Você nunca pensa em diversão. -
Recomponho o sorriso, e agora, equilibrando o peso igualmente entre minhas pernas, coloco o capacete novamente, expelindo fogo dos pequenos buracos que serviam para minha visão, enquanto o ajeitava em minha cabeça.

- A quanto tempo não matamos alguém desconhecido, digo, alguém poderoso o bastante para pelo menos tentar resistir à primeira mordida?
- Digo, minha voz abafada pelo elmo em forma de caveira.

- Por quê alguém resistiria à poder, verme? Não diga asneiras. - Suspirou, mudando o tom de voz para algo mais forte. - Resistem os que não aceitam o delicioso presente do destino, que, por apenas uma pequena dor, dá poder inigualável. - Um sorriso demoníaco abriu novamente em seu rosto. - Mas... - Interrompeu à si mesmo, ficando pensativo por alguns minutos, enquanto fitava o chão.

- Não sei daonde você conseguiu a sua pequena ''maldição'' até hoje, senhor. - Digo, não o retribuindo o tom de voz forte, mantendo a calma enquanto caminhava para próximo do mesmo, sentando-me do lado do Trono, na pequena elevação que o separava do resto do chão.

- Mas eu não tenho essa constante mania de retribuir favores por sangue, não sinto prazer em dar este poder à ninguém. Eu só quero consumí-los, isso é tudo. - Meu sorriso some, e eu passo a língua por minhas presas, sentindo o sabor inigualável do veneno que eu mesmo produzia.

- Enfim... Mas?! - Sem olhar para ele, pergunto, enquanto escorava minhas costas na parede ornamentada.

- Pelo meu divertimento, tudo vale a pena. - Fitou o demônio, com uma expressão triste no rosto, erguendo um sorriso com dificuldades. - É isso.

Ao escutar o que ele diz, consinto com a cabeça, satisfeito.

- Enfim, nordeste. Estamos falando de West Alabhar? - Digo, entusiasmado.

Com a mão, ajeito o capacete novamente, levantando-me em seguida, cruzo os braços.

- Quanto mais cedo partirmos, menos sol. Creio que conseguiremos chegar lá rápido se usarmos de nossos peculiares cavalos.

- "Cavalos". Aqueles bixos me irritam. - Resmungou, levantando-se do trono. - ATENÇÃO! - Chamou a atenção de todos alí presentes, aumentando o seu tom de voz. - IREI ME AUSENTAR POR TEMPO INDETERMINADO, NÃO QUEIRAM SABER O QUE ACONTECERÁ CASO QUANDO EU RETORNE ISSO AQUI NÃO ESTEJA À MEU DESEJO! - Um sorriso demoníaco abriu-se em seu rosto, ergueu o braço direito e então um feixe de luz vermelho em forma de raio choveu sobre sua mão, materializando sua lança. - "Unholy Bolt" - Vamos, Eurynomus. - Começou a caminhar na direção da porta, tomando a dianteira.

Acenando com a cabeça para os servos que ali estavam, arrumando o local, começo a andar junto à Cleod, e, ao chegar próximo dele, falo:

- E então, já que você não quer ir no modo convencional, eu já imagino o que você irá fazer. - Sorrio, ficando quieto por alguns segundos.
- Então porque não fazemos assim? Nos encontramos lá.
Guie-se pelo cheiro do sangue, amigo. - Ao soar da ultima palavra, minha própria sombra me consome, e logo, a mesma pode ser vista se atirando pelas paredes em grande velocidade, para fora do salão.