Casa abandonada

Paro de andar e viro um pouco minha cabeça para ele com o rosto sério.

-Eu apenas não vejo necessidade de ficar conversando como um bobo, falo apenas o necessário.

- Okay, eu não sei de nada por aqui, se quiser guiar eu aceito.

Chego andando e observando o local, vejo alguns destroços de casa e me aproximo da mesma, entro lentamente pisando na madeira caída.
- Não parece ter nada de especial aqui... - Colocava as mãos no bolso no casaco e andava um pouco pelos destroços.

- "Nada de especial", ele diz... - Uma voz feminina esganiçada ecoa nos ouvidos do homem.
- Somos especiais, não somos?- Dizia a segunda voz, ainda mais irritante que a primeira.
- Especialíssimas, merecemos respeito!- Uma terceira voz, desta vez mais grossa, respondia.
Três dos espíritos adormecidos das bruxas reaparecem agora. Encurralando o homem em um tipo de triângulo formado por elas: A mais magra e velha estava em sua frente, enquanto havia duas atrás do mesmo, a da direita era a mais gorda e cheia de verrugas, a da esquerda aparentava ser mais nova, entretanto ainda era tão horrenda quanto as outras. As três riam esganiçada e estranhamente, com os olhos sedentos de ódio.

- Tsc - Abria um sorriso de leve por trás da mascara.
- Hey lindinhas, vamos brincar? - Apontava a arma para a bruxa a minha frente  - O jogo é morto vivo, você, MORTA! - Atirava três vezes contra a bruxa.

A bruxa mais velha pode não aparentar, mas é com toda a certeza a mais ágil: Ela voa com facilidade antes de ser acertada.
- "Morta", ele disse? - Indaga o espírito da bruxa confuso.
- Somos lindas até mortas mesmo! - Diz a que está atrás do homem, na esquerda.
- Lindíssimas, mas não merecemos morrer novamente! - Exclamava a gorda.
Enquanto comentam, as bruxas não perdem o foco em momento algum. A da frente logo pragueja algumas palavras das quais invocariam um feitiço poderoso que o faria sentir seu corpo queimar. As outras duas bruxas atrás lhe lançam um feitiço mais leve, do qual necessita menos palavras que aquele da mais velha, invocando lâminas afiadas que voam em direção ao Exorcista.

As bruxas grunhem raivosamente em coro ao perceberem que o feitiço falha.
A bruxa mais velha desvia de seu próximo tiro, porém desfoca-se de seu feitiço, interrompendo-o.
- "Morta", você disse. "Piedade", você dirá! - Ela grita dominada por raiva, então com tal agilidade extrema voa em direção a ele atravessando-o e misteriosamente desaparecendo no solo, o que deixa o homem confuso.
- É, é... Pedirás por piedade, implorarás por perdão... - Concorda a segunda.
- ... Então, piedade e perdão é o que você desejará em vão! - Completa a mais gorda.
As duas que agora estavam a sua frente, elas começam a praguejar o que seria um feitiço tão poderoso quanto o que o homem evitara anteriormente e antes que ele possa fazer qualquer coisa, mãos que surgem de onde a bruxa havia sumido seguram seus pés.

- Desculpe gracinha, mas você está quebrando as regras! - Dizia para a bruxa mais velha, ignorando as outras duas, agachava-me rapidamente tocando com a ponta dos dedos nas mãos da bruxa em meus pés.
- Benevolência eu terei e espíritos punirei! - Após recitar minhas palavras sagradas, uma forte luz saía de meus dedos visando banir o espirito da bruxa mais velha.

A bruxa mais velha o larga antes de ser atingida por suas palavras e ele escapa desta maneira.
As bruxas das quais poderiam ser atingidas fazem um tipo de barreira protetora da qual não precisaria de palavras para ser criada, sendo um feitiço prático. A barreira não impede os tiros, mas os amortecem fazendo-os parecerem nulos, pois as duas são resistentes. Deste jeito, os tiros melhores mirados são acertados dando a sensação de força como um soco bem direcionado e os outros pegam de raspão, não doendo quase nada.

Ao que elas criavam uma barreira, dou um salto para trás me distanciando e pegava um pente de munição, largava as balas da arma e recarregava o pente, após isso ficava apenas olhando o que elas fariam, ao mesmo tempo que esperava levava meu dedo do meio a boca e mordia, fazendo um pequeno sangramento (mão que segurava a adaga. )

As bruxas se separam e voam até os dois lados do homem enquanto ele carregava sua arma. Elas começam um feitiço em coro e então voam em volta dele, evitando seus tiros até que o feitiço se complete, por volta de 3 minutos o feitiço é enfim terminado, sendo não tão forte: O homem começa a sentir-se como se estivesse doente, sua testa queima em febre e ele está tonto. A bruxa da esquerda ergue sua mão e direciona o corpo do homem no ar enquanto a outra começa a conjurar o próximo feitiço.
O feitiço que as bruxas lhe lançaram não era muito forte e seus sintomas extremamente doloridos passarão com o tempo e terminará depois de 8 minutos passados.

Ergo a minha mão que segurava a adaga e estico o dedo do meio ainda segurando-a, então crio uma barreira de luz no local que elas rodavam, se uma delas se chocasse na parede de luz atirava 5 vezes contra ela, visando matar e então me movimentava esperando a bruxa do solo surgir.

Se a parede não funcionasse, ao sentir os sintomas toco em mim cantando uma benção e neutralizando sua praga, indo em direção a parede, pulando nela e com o impulso voando em uma das bruxas dando um golpe dom a adaga.

A bruxa da esquerda desaparece, fazendo o homem cair no ar, então a bruxa mais gorda termina seu feitiço, que amaldiçoa sua visão, fazendo-o ficar cego.

- Curatio Dimanius! - Após profanar as palavras, minha visão voltava, ainda embaçada porem o suficiente para mim,colocava a adaga no lugar e pegava o meu pequeno caderno de bolso dentro do capote interno e folhava-o, após alguns poucos segundos parava em uma folha.

- Unus orans, et spiritus Dei in sacris etiam conveniri - Após fazer uma reza, começo a banir todas as bruxas ali presentes, falando alto para que todas ouvissem e fossem expulsas, visando exterminar elas e desconcentrar suas magias.

A bruxa até então escondida no chão é assim que escuta a primeira palavra da oração vai mais profundamente até não escutar som algum do solo, entretanto, sua irmã gorda da qual estava muito perto não tem a mesma sorte e é banida no mesmo momento. A bruxa que estivera desaparecida reaparece desesperada:
- Você... Exorcista de araque! COMO OUSA MACHUCÁ-LA?! COMO OUSA FAZÊ-LA SE SENTIR MORTA NOVAMENTE?! EU O FAREI SENTIR A MESMA SENSAÇÃO QUE MINHA IRMÃ! - Ela berra descontroladamente.
"Vomitando" as palavras rapidamente com sua língua afiada ela lhe lança um feitiço forte do qual poderia ser o seu último, pois já estava cansando-se e não tivesse tanta influência mágica. Ainda sim ela é o suficiente para fazê-lo muito bem direcionado, esperando que ele morresse. O feitiço o faria sentir no total inferno: sentiria a pior dor de sua vida por mais de 5 minutos se não evitasse tal feitiço.

- Maldi... to... - Murmurava a bruxa enquanto morria, desaparecendo em trevas.
A última e mais velha bruxa aparece atrás do homem, colocando a mão em seu ombro:
- Você fez um bom trabalho com as minhas irmãs inúteis... Mas não é por isso que lhe deixarei viver - Sussurra ela em seu ouvido - EGO EGO vomica te!- Pragueja ela, amaldiçoando-no e voando poucos metros a sua frente.
A bruxa invoca um tipo de raio que sai por seus dedos, indo em direção ao exorcista rapidamente.

Graças ao circulo, ao a bruxa tentar me tocar acaba tomando um choque e sendo empurrada para fora, não conseguindo me encostas, a sua praga idem não funciona graças ao circulo, ao ver o raio vindo ergo minha mão e crio mais uma três barreiras de luz, visando evitar o golpe ( Uma na frente da outra) após isso, saio respirando forte e lentamente do círculo que se desfazia, deixando o solo podre por receber a maldição.
- Como eu disse antes, eu disse, MORTA!
Erguia a pistola disparando mais um pente na bruxa, logo após o pente acabar começo a carregar energia.

A bruxa percebe que a maldição não dá certo e irrita-se, saindo do campo de vista do homem no momento em que via ele erguer sua arma.

Ao ver ela desaparecer seguro o dedo no gatilho
- Você pode parar de ser tão cuzona? CARALHO, ISSO JÁ ESTÁ ENCHENDO SUA VADIA! - Colocava a arma na cintura e sacava a adaga.

Ela aparece atrás do homem novamente, então descarrega outra descarga de raio em suas costas.

Giro-me agilmente visando golpear ela e enquanto a adaga passava por seu corpo, cortando-o sinto uma descarga elétrica.

A bruxa é cortada e começa a perder muito sangue.
- Como? Você... - tentava dizer, porém falha e assim ela morre alguns segundos depois.

Caia no chão e começava a ler o meu livro de exorcismo novamente, colocando a adaga no lugar e me sentando de pernas cruzadas, terminava o exorcismo no local banindo as almas delas que estariam apenas adormecidas.
Levanto-me cambaleando um pouco ainda - Não acredito que perdi tanto tempo em um simples trabalho de exorcismo, que patético... - Continuava a andar, quase caindo nos primeiros passos porem logo recupero a postura, retiro a água de minha mochila e bebo, logo pegando os pentes que tinha na mochila e colocando no lugar do que eu tinha usado, guardava a garrafa e seguia meu rumo.

Travel to: City- Mazemount.