Floresta Perdida

- Ce tem um arco e não tentou lutar? - Dou um tapa no arco como um sinal de "fica com isso, seu pobre de merda".

Pego dois tsurus e guardo.

- Que diabos você está fazendo aqui, pobreza? - Digo e ignoro Amber.

Recebo o arco de volta.
- Eu vim apenas acompanhar uma amiga.
Reparo em Amber.
- Moço, tem uma menina tentando te matar, ai atrás.
Com os olhos meio arregalados fito a menina.

Ah cara, eu vou ter que esfaquear uma--

Me viro e percebo a menina.

Nossa, linda, você vem sempre aqui?

- É, eu tenho que saber o nome daquela gata.

Vou até minha árvore, pego uma jóia que roubei, subo até as plantas e desço de lá até o casalzinho de perdedores, tomando cuidado para não ser visto.

O homem anda até a floresta, se fundindo com as sombras, e se materializa ao lado do ladrão. Sua sombra o envolve, cegando-o por um momento, e fazendo uma proposta, comunicando-se não com as pessoas que alí estavam presentes, mas com ele: Apenas o ladrão ouviria a proposta:

- As minhas sombras te protegerão, mas sua alma será minha. Um pacto fundado em sangue e ouro, é o que eu lhe prometo. - Ele diz.

- Bem, estou sim, não me aconteceu nada. - Sorrio - Quem devo a honra?
Inclino a cabeça de lado observando a menina.

Percebo as sobras ali presentes.
- Hunnn... Você não se apresentou.
Digo para a garota, sem desviar o olhar das sombras.

Vejo o negão falando comigo.

- Seguinte, isso aí tá bem vago. Não vou vender minha alma por isso não, você está falando com um judeu. :^)

- Caso não queira, pode morrer sem nada, sua alma será minha de qualquer forma. - Ele refuta o argumento do verme, que de alguma forma, havia o interessado. As sombras que o rodeavam ficam mais vívidas e vermelhas, e começam a se aproximar ainda mais dele, gerando um pouco de dor na área do tórax.

- Me chamo Konda.
Percebo que o ladrão conversa com algo que não consigo identificar o que seja, só vejo uma sobra.

- Me dá o poder de ser irresistivel para as mulheres, dinheiro e fama e estamos conversando.

Coloco a mão no queixo, pensativo.

- Pensando bem, fama não. Mas ficar invisível seria legal. É, mulheres, dinheiro e invisibilidade e eu até trabalho pra você 1 vez por semana. :^)

As sombras se materializam, e o homem de armadura completa se aproxima do ladrão, segurando-o pelo pescoço. Ele é arremessado em uma das árvores próximas, e as sombras retornam para dentro do elmo do homem.

- Seu preço é muito alto pelo que você vende. - Ele vira suas costas para o homem e vai em direção ao garoto e à mulher, com o propósito de colher algumas outras almas. A alma do ladrão era suja e não era inocente, valia muito pouco.

Percebo que a sobra se materializa e que vem em minha direção. Desvio antes que Amber me empurre dentro do portal. A respiração fica ofegante, mas tento me controlar.

- Então vai se fude.

Apareço de fininho por trás do emissário e corto parte de sua capa, pegando-a pra mim.

[Esse sou eu ligando pra suas merdas]

Vou de fininho ao lado de Amber.

Coloco a mão na nuca e dou um sorriso amarelo, um pouco timida.

- É... - Murmuro baixo, me sentando.

A capa passa pelas mãos e pela faca do ladrão, e retorna ao seu lugar de origem, se grudando de volta com o tecido original. O Emissário move suas mãos por um momento, e começa a levitar. Seu movimento fica mais rápido, e corre em direção da bruxa.